sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eu olhei em teus olhos e não me vi.
Não me vi na tua vida, nas tuas intenções.
Eu olhei em teus olhos e vi um vazio profundo e indescritível.
Vi solidão e dor e mais.
Vi um nada.
Um vazio tão fundo e dolorido onde eu não cabia, não habitava, não fazia parte.
Eu me senti tão longe, tão excluída, tão fora, que só me restou uma saída.
Não olhar mais em teus olhos. Nunca mais.
A verdade é que eu devia ter guardado aquela roupa com teu cheiro. Porque tenho medo. Tenho medo que a minha memória me traia, me faça esquecer, me confunda.
Tenho medo de esquecer o gosto da tua boca em mim, de todos os momentos que vivemos juntos.
Tenho receio de nunca mais me lembrar do cheiro dos teus lençóis, do jeito como eles tocavam as minhas costas, do volume do teu travesseiro.
As lembranças mais importantes, tão sutis, tão simples...
Lembranças que vão escorrendo entre meus dedos como areia de uma praia surreal...

AA

Eu me viciei em você.
Me viciei no gosto da tua boca, no toque das tuas mãos.
Me viciei nos teus sorrisos, nas tuas caras, na maneira de você apertar os olhos, de me tocar.
Me viciei nas curvas do teu corpo, nos nós da tua mão, na passada da tua mão nos meus quadris.
Me viciei no seu sorriso, nas tuas descobertas dos meus mais secretos desejos, devaneios, tesão!
Viciei-me nos teus ais, nos teus suspiros, no teu momento final.
Me viciei em você da maneira mais cruel e detalhista e estou em recuperação.
Um dia por vez.
Tão cheia de ti e tão vazia de ti.
Como podem duas coisas tão antagônicas serem tão iguais?

domingo, 14 de outubro de 2012

Você me toca e eu perco o chão. Esqueço de todas as minhas duras decisões, as mais pensadas nos momentos em que o vazio que você deixa em mim ocupa todos os espaços. 
Esqueço que te odeio tanto quando você está longe, que chega a doer. Porque a tua ausência me mata um pouco a cada dia. 
Mas então, você me toca e eu perco o chão.