quinta-feira, 13 de setembro de 2012



E eu te quero tanto que me contento com pouco. Rendo-me aos teus encantos, aos teus apelos, ao teu calor.
E tenho ganas de vomitar palavras nos teus ouvidos, contar-te os segredos mais doces, os meus mais escondidos desejos, contar-te...
Não deixar que abras a boca, que digas nada, que me conte teu dia ou teus lamentos, não quero ouvir-te, quero apenas teus olhos nos meus, teus ouvidos atentos aos meus dizeres, e tuas mãos a me segurarem para que eu não fuja, para que eu não me perca de ti, para que eu não me contente com tão pouco quando quero tanto e tanto e tanto.
E me vejo num Déjà vu, penso que já disse o que não disse, que te toquei sem ter ainda te tocado, que sorri, e que não haverá lágrimas nem hoje nem nunca, que não haverá tristeza nem dor, nem saudade nunca, porque nunca estive e sempre estive junto de ti.

domingo, 2 de setembro de 2012


Tava pensando esses dias e concluí que poucas coisas no mundo demonstram mais intimidade do que ficar de pé dado com seu/sua parceiro/a.Ficar de pé dado com o outro presume intimidade absoluta. Pressupõe que você conhece exatamente o corpo do outro e sabe a posição em que o encaixe é mais confortável (o que só é possível por tentativa e erro). Mais ainda, pé é uma parte do corpo em relação a qual poucos se sentem à vontade. Expor o pé assim, e mais ainda, encostá-lo no pé do outro, acariciar o pé alheio com o seu, brincar com os dedinhos, implica que os pudores foram superados.Acho que ficar de pé dado é mais obsceno do que beijar na boca.
(Tati Perolada)

Tem dias que eu desisto. Desisto de tentar ser forte, de parecer alguém que tem certeza de tudo sempre. Desisto de andar com a cabeça erguida, de olhar nos olhos dos outros, de sorrir sem motivo.Tem dias que eu queria só o calor da minha cama, o escuro do meu quarto e nem o barulho dos mosquitos. Só o silêncio e a solidão.Tem dias que nascem cinzentos mesmo com sol, com cara de quarta feira de cinzas, seja lá qual dia da semana ou mês estivermos. É aquele dia que vem logo depois da farra, depois da enfiada de pé na lama, da cachaçada. É o dia do arrependimento, o dia da ressaca, da dor no corpo, o dia depois do ontém, antes do amanhã, dia nacional em que o país começa a andar...Eu preciso de um emprego novo, onde eu seja necessária e não só objeto de decoração ou cão de guarda, eu preciso de um salário decente que me dê motivo para levantar todas as manhãs e encher a minha cara de maquiagem. Eu preciso de lingerie nova, de perfumes novos, de roupas novas. Preciso comprar livros novos, ler coisas inteligentes e não bula de remédio ou revista velha. Preciso comprar flores para embelezar a casa. Eu não estou deprimida. Estou cansada, e o cansaço vai além do cansaço físico. Muito além... 


Eu sinto falta da sua pele, do calor do teu corpo, te percorrer teu peito com minhas mãos... Sinto falta das tuas mãos segurando as minhas, das tuas mãos em mim.
Sinto falta do gosto da sua boca, acima de tudo, do seu beijo, daquele beijo que você me deu, aquele beijo que me tirou do chão, que me matou sem ar.
Sinto falta do cheiro que você deixa em mim. É a primeira coisa que me vem à mente quando eu fecho os olhos... Sinto falta das marcas que você me impõe...
Sinto falta da sua risada, do teu olhar, sinto falta das tuas palavras, do teu jeito de segurar o copo, de acender o cigarro... 
Sinto falta do seu olhar sorrindo, daquele olharzinho devagar, pousando em mim, da nossa intimidade...
Eu sinto falta do seu jeito de andar, do seu jeito de você passar a mão no meu cabelo...
Mais do que tudo sinto falta de ouvir o passarinho cantando as 3:24 da manhã, do cheiro dos teus lençóis, do ar frio entrando pela janela quando amanhece.
Eu sinto falta de tudo aquilo que eu não tenho, sinto os dias vazios, o espaço amplo demais, a tua ausência, o silêncio....
Saudade alucinante, desvairada, ensandecida de nós dois...
É. Não tem jeito. Eu sinto falta mesmo é de nós dois.